Neste último domingo, em Luciara, uma pequena cidade de 2 mil habitantes a 1200 km de Cuiabá, foram devolvidas à natureza 9.360 (nove mil trezentos e sessenta) filhotes de Podocnemis Expansa também conhecida como Tartaruga-da-Amazônia.
A ação é fruto do projeto “Salve as Tartarugas do Araguaia” , desenvolvido pela prefeitura local, que tem como objetivo a proteção dessa espécie que está entre as mais ameaçada da Amazônia. “Atualmente vivemos um cenário preocupante de uma possível extinção da espécie. O propósito deste projeto é desenvolver trabalhos que sirvam de referenciais para a conservação destes quelônios na Região do Médio e Norte Araguaia”, disse Tiara Shimano, bióloga responsável pelo projeto.
Tradicionalmente as tartarugas são fonte de recursos para índios e não-índios, que as utilizam para alimentação e extração do óleo. Mas com a evidente diminuição da população de tartarugas, as pessoas estão cada vez mais pescando bichos menores o que vem preocupando os próprios humanos. Muitos nem ousam pensar na possibilidade da extinção da Podocnemis Expansa, visto que a carne é considerada um manjar dos deuses e o óleo é rico em propriedades curativas.
E além da pesca predatória e da destruição dos seus habitat naturais (ações do homem), as tartarugas são alvos de muitos predadores naturais durante o curso de sua vida. Chegar a fase adulta é uma vitória, pois estima-se que apenas 2% das que nascem conseguem completar uma semana de vida. Mas o homem que destrói também pode ajudar a equilibrar a população da espécie. Projetos como esse são como uma ponte que leva o conhecimento sobre o ciclo de vida das tartarugas para a comunidade que “descobre” a fragilidade das tartarugas e passa a reconhecer a importância de preservar os ninhos e o meio ambiente.
Metodologia do projeto
No projeto foi realizada uma pesquisa entre os meses de setembro e outubro onde foram mapeadas 21 praias, nos arredores do município, em que as tartarugas estavam desovando. Durante 18 dias, com ajuda de voluntários, o projeto coletou 12.282 ovos em 121 covas que foram levados para ninhos “artificiais” (também chamados de tabuleiros). Os voluntários e técnicos acompanharam os filhotes por 60 dias no tanque-berçário e por fim os soltaram no Rio Araguaia. Com essa ação, o homem ajudou a elevar a taxa de sobrevivência dos filhotes de 2% para 60%.
E como amigos da natureza desejamos vida longa às tartarugas e que elas existam por muito tempo em nossos Rios.
Por Rizza Matos com informações da Secretaria Municipal de Meio Ambiente
Fotos: Acervo do projeto