As organizações da AXA e seus parceiros acreditaram que a região, campeã em conflitos de terra e devastação ambiental, poderia inovar com outro modelo de desenvolvimento dentro da Amazônia Legal. Há quase uma década, centenas de assentados, indígenas, pequenos e médios produtores rurais do Araguaia Xingu vêm apostando nessa ideia e muitos passaram de desmatadores e excluídos sociais a pioneiros na restauração ecológica e na construção de cadeias produtivas da sociobiodiversidade. Ao todo, as iniciativas propostas já geraram mais de R$ 1 milhão de renda para grupos de assentados, pequenos produtores e indígenas. No campo da restauração, mais de 2,5 mil hectares entraram em processo de recuperação, numa das maiores – senão a maior – experiências de restauração florestal da Amazônia.
Um novo cenário, se configura nacionalmente, trazendo mais desafios para quem se propõe a trabalhar alternativas de uso sustentável da terra. Vivemos hoje uma onda regressiva no campo ambiental brasileiro. Enquanto nós demoramos cinco anos em plantar 2,5 mil hectares de florestas nativas, em 2011, o triplo dessa área foi desmatado por grileiros na Terra Indígena Marãiwatséde. Os R$ 300 mil gerados em 2011 em cadeias da sociobiodiversidade ainda não têm como somar estatisticamente na contabilidade nacional, e nas decisões políticas, da forma que o fizer am os R$ 600 milhões que a soja gerou na região no mesmo ano. Contudo, acreditamos na força das nossas utopias. E com essa legitimidade continuaremos trabalhando para que essa semente de um Xingu Araguaia mais justo e sustentável cresça.