Xingu Araguaia

A economia regional

Conhecer o processo de ocupação da região é fundamental para entender sua atual estrutura econômica. Metade da produção regional é composta pelo setor de serviços (50%), seguido pelo setor agropecuário (40%), e por último, por um inexpressivo setor industrial (10%) que se limita a produção de bens e serviços vinculados ao setor primário.

O setor primário é altamente intensivo em recursos naturais e de pouco valor agregado. O setor de serviços é mais intensivo em mão-de-obra que o setor agropecuário, que tem seus principais fatores produtivos na terra, em primeiro lugar, e no capital, sobretudo no que diz respeito a agricultura de larga escala, grandes monoculturas, com destaque para a soja e a pecuária de corte.

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O Araguaia Xingu apresenta um Produto Interno Bruto (PIB) de 4.276 milhões de reais (2010) que, distribuídos entre a população, representa um PIB per capita de mais de 15 mil reais por pessoa ao ano. No entanto, existe uma alta concentração de riqueza no território: cinco cidades produzem o mesmo que os outros 21 municípios juntos.

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Em termos comparativos, o PIB da região equivale a 8% do PIB mato-grossense. Comparativamente a economia do Araguaia Xingu é menor do que a economia da cidade de Rondonopólis (MT). E em números produz o mesmo que Boa Vista, capital de Roraima, que Itu (SP) ou Sete Lagoas (MG), o que corresponde a  0,16% do PIB nacional.

Entre 2003 e 2009 a economia regional cresceu em média 18% ao ano. Esse crescimento está diretamente ligado ao boom dos preços das commodities e do aumento de exportação de produtos agrícolas (soja, algodão, milho, etanol, cana de açúcar, etc.) e carne bovina.

Os empregos estão concentrados principalmente na administração pública e nas microempresas. Esses dois setores são fundamentais no que diz respeito à empregabilidade e à geração e distribuição da riqueza regional. É interessante ressaltar que das nove mil empresas da região, 99,5% possuem menos de 50 funcionários. Dentro desse grupo a maioria são microempresas que empregam menos de 10 funcionários e possuem características familiares e urbanas. Por outro lado, 30% das empresas não estariam legalmente registradas e o percentual sobe para 50% em relação à média regional de trabalhadores sem carteira assinada (SEPLAN).

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O peso do orçamento anual das prefeituras representa entre 10% e 20% do PIB dos municípios. Outra parte dos investimentos nas cidades vem do governo federal, principalmente nas áreas da saúde (PSF e saúde indígena), educação (Fundeb) e assistência social (Bolsa Familia).

Por último temos o terceiro setor, que constitui um eixo de atividade representativo em termos qualitativos da dinâmica social e econômica do Araguaia Xingu. Calcula-se que as dez principais entidades investem na região aproximadamente 10 milhões de reais por ano, destinados a trabalhos na área socioambiental (geração de renda, recuperação ambiental de rios e matas, saúde indígena, etc.).

base economia municipal