Pesquisadores de Barra do Garças apresentarão artigo no II Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo Ambiental

Pesquisadores apresentarão artigo que trata sobre o discurso da mídia acerca da ocupação indígena do plenário da Câmara dos Deputados durante a votação da PEC 215.

Por Lilian Brandt

Para falar de meio ambiente é preciso falar de geografia. biologia, geologia, matemática, engenharia e tantas outras áreas do conhecimento, e ainda assim será sempre a partir de um ponto de vista. A sociedade, de maneira geral, recebe apenas informações pontuais, já com interesses políticos e econômicos atrelados a cada informação. É preciso conhecer bem os interesses e a história dos veículos midiáticos, para poder separar o que é informação de fato e o que é manipulação.

Três pesquisadores residentes em Barra do Garças, MT, darão uma importante contribuição ao assunto. Dandara Morais e Sckarleth Martins são jornalistas, formadas pela Universidade Federal de Mato Grosso, e Gesner Duarte é Mestre em Comunicação e Semiótica, professor da Universidade Federal de Mato Grosso, campus Barra do Garças. Eles apresentarão o artigo “PEC 215: A Narrativa Social nos Caminhos do Discurso Midiático” no II Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo Ambiental, que acontecerá de 29 a 31 de maio em Porto Alegre – RS. O evento terá três dias de trabalho, incluindo conferências, painéis, reunião de Grupos de Pesquisa e sessões de apresentação de trabalhos acadêmicos.

O artigo trata da análise da cobertura de alguns dos principais veículos de informação nacionais de um mesmo acontecimento: as manifestações indígenas na Câmara dos Deputados, em abril de 2013. Na ocasião, cerca de 700 indígenas ocuparam o plenário durante a votação da Proposta de Emenda Constitucional 215, que transfere da Fundação Nacional do Índio (Funai) para o Congresso Nacional a competência para a aprovar a demarcação, titulação e homologação de terras indígenas, quilombolas e a criação de Áreas de Proteção Ambiental.

Foram analisadas as reportagens publicadas no dia 16 de abril de 2013 de três veículos midiáticos: a revista Veja e os jornais Folha de S. Paulo e Brasil de Fato, sendo reconhecidos por terem posturas editoriais diferentes. As matérias possibilitaram identificar de forma comparativa os discursos a respeito dos direitos indígenas.

“No discurso da Veja o protesto é caracterizado como baderneiro e antidemocrático. A Folha de S. Paulo, apesar do caráter de reprovação ao ato, observa que os indígenas colaboraram com a negociação. E o jornal Brasil de Fato prefere uma abordagem mais interpretativa dos fatos, resgatando o histórico e os motivos políticos da ação dos índios”, afirmam os autores.

A pesquisa demonstra que poucas vezes a mídia consegue ir além dos estereótipos. Entre as minorias, os indígenas muitas vezes são criminalizados e lhes é negada a legitimidade de suas lutas.

 Saiba mais sobre o II Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo Ambiental.

Imagem: Dida Sampaio/Estadão

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