A Roça Xavante

A roça tradicional xavante é a chamada roça de toco. A roça pode ser feita com o trabalho familiar ou de forma comunitária por um grupo de famílias ou por toda uma aldeia.

Para a produção nestas roças na região, o trabalho começa ainda em abril, com a abertura de uma área de mata de terra preta e fértil, geralmente próximo aos córregos. A abertura se faz através do corte das árvores da área escolhida tradicionalmente com machado, foice, facão, havendo mais recentemente também o uso de motosserras para facilitar o árduo trabalho. Posteriormente, no período seco a partir de julho, a área é queimada de forma que as cinzas da matéria orgânica cortada são depositadas no solo ao mesmo tempo em que a área para plantio é limpa.

Após o início das chuvas, é feito o plantio de alimentos, sendo comum o plantio de milho, arroz, feijão e abóbora nas roças Xavante, incluindo as variedades de milho e feijão desenvolvidas pelos próprios indígenas. No fim do ano, durante todo o período chuvoso, é tempo de cuidar da roça, limpando, plantando e colhendo. Ao final das colheitas, a área é deixada em descanso. O banco de sementes naturalmente encontrado no solo germina e cria uma mata em regeneração, a capoeira. Esta área pode passar por todo esse processo novamente ainda por dois ou três anos. Quando a área já não apresenta bons resultados para o plantio da roça de toco, é procurado um novo local para a roça enquanto este descansa, podendo ser futuramente reutilizado.

Esta técnica de plantio, comum a quase todos os povos indígenas, foi aprendida pelos povos sertanejos, caboclos e caipiras, já tendo sido uma das mais utilizadas na produção de alimentos no Brasil. Com a diminuição das florestas e das terras utilizadas por estas comunidades tradicionais, a agricultura camponesa passou a utilizar técnicas mais intensivas sobre o solo, seja pela mecanização da área, seja de uma forma mais sustentável, através da produção agroflorestal. Algumas comunidades indígenas também lançam mão destas técnicas. Porém, a roça de toco tradicional é bastante praticada pelos povos indígenas dentro de seus territórios, tendo grande importância na garantia de uma alimentação saudável e culturalmente adequada para suas famílias.

Na maioria das casas, o quintal é pequeno, com algumas frutíferas, mandioca e cultivos rasteiros, como abóbora e feijão. Porém, alguns quintais são grandes e é ali que a família planta sua produção. A principal diferença, no aspecto produtivo, é que as roças de toco são feitas em áreas de alta fertilidade, somado ao processo de queima que aumenta momentaneamente os nutrientes do solo. Já os quintais são feitos em terrenos de menor fertilidade natural, mas de mais fácil manejo e cuidado, por estarem dentro da aldeia e próximo às casas. Isso ajuda a combater um dos maiores problemas relatados: o ataque de animais selvagens, como cateto e cotia à produção.

Algumas famílias Xavante não produzem mais em roças de toco, valendo-se principalmente dos alimentos que conseguem comprar da cidade. Mas a maioria combina diferentes estratégias para conseguir comida, como fazer a roça, comprar nos mercados, conseguir doações, produzir nos quintais próximos às casas, fazer coleta de frutas e batatas no cerrado, além de caçar e pescar. Tem sido também cada vez mais comum a criação de pequenos animais, principalmente galinhas, para a alimentação familiar. Essa criação costuma ser solta e são aproveitados os restos de comida da casa.

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Fonte: Funai Xavantina

Imagens: Maíra Ribeiro

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