A sociedade do Araguaia Xingu é mosaico sociocultural. É formada por pessoas vindas do nordeste, centro-oeste, norte e sul do país. Além do processo de ocupação, na região já viviam diversas populações indígenas. Hoje os indígenas somam mais de 20.914 indivíduos (ISA 2011), pertencentes a 22 etnias habitando 19 terras indígenas.
De acordo com o censo de 2010 realizado pelo IBGE, moram no Araguaia Xingu 276.90 pessoas. Para cada individuo se contam vinte cabeças de gado. Apesar da baixa densidade demográfica ( 1,5 habitantes por km²), a população não deixou de crescer nos últimos 50 anos, porém esse crescimento foi perdendo a força com o passar do tempo, segundo mostram os dados do IBGE. Metade da população concentra-se nas seis principais sedes municipais: Barra de Garças, Agua Boa, Nova Xavantina, Canarana, Confresa e Vila Rica.
Em paralelo à concentração nas capitais, a região apresenta um índice de ruralidade de 32%, quase o dobro que o resto do Estado (18 %). A distribuição de renda é altamente desigual. Calcula-se que uma parte importante da população encontra-se abaixo do nível de pobreza, aproximadamente 100.000 pessoas em 2011. No extremo da pobreza situam-se os municípios de Santa Terezinha ou Luciara, com quase a metade da população nesse grupo. No outro extremo, estão municípios como Agua Boa com 30% da população nessas condições (IBGE 2003). Entretanto, para além da leitura monetarista da estatística, cabe destacar que alguns municípios, classificados oficialmente como mais pobres, tem uma boa parte da sua população rural (assentados, ribeirinhos, povos indígenas) vivendo em áreas altos níveis de soberania alimentar devido à riqueza e acesso aos recursos naturais.
Populações Indígenas – Dois povos, o Krenak-Maxacali e o Canela ainda não têm os seus direitos territoriais reconhecidos. Apesar de terem suas terras homologadas, os Tapirapé da TI não conseguem ocupar a totalidade do seu território que se encontra invadido. Os Xavante de Marãiwatséde, depois de 30 anos de luta conseguiram em 2012 que os invasores fosse retirados de suas terras.
Mais informações sobre os povos indígenas.
MATRIZ NORDESTINA – de imigração mais antiga e paulatina, atendeu ao chamado das bandeiras verdes e à demanda de mão de obra dos grandes latifúndios que se instalaram na região a partir dos anos 60. Os nordestinos fundaram as primeiras cidades, na beira do Araguaia, como Santa Terezinha, Luciara, São Félix do Araguaia e Santo Antônio do Rio das Mortes.
MATRIZ GOIANA E TOCANTINENSE – seus integrantes naturalmente atravessaram o Araguaia pela Ilha do Bananal à procura das pastagens nativas da margem oeste, de terras dos projetos de reforma agrária ou de empregos nas fazendas e municípios.
MATRIZ SULISTA, ligada aos projetos de colonização privada. Os “gaúchos” chegaram à região a partir dos anos 70. Este grupo está atualmente envolvido na agricultura de escala, e, especialmente, no negócio da soja. Fundaram os municípios de Canarana, Querência, Agua Boa ou Vila Rica.
MATRIZ PAULISTA, contingente menor e de ocupação mais ocasional, mas com uma importante influência na configuração socioeconômica pela presença de fazendeiros, empresários e pessoas qualificadas que participam dos processos sociais de estruturação das políticas do Estado de bem-estar e do terceiro setor.
MATRIZ MATO-GROSSENSE, a mais recente, formada pelos filhos dos migrantes e pelos moradores advindos da imigração interna do estado.
MATRIZ INDÍGENA, com 22 etnias que habitam 19 terras indígenas, fundamentalmente xinguanos, xavante, tapirapé e karajás.